Quais os perigos do consumo de bebidas alcoólicas na gravidez?

Você já deve ter ouvido alguém falar que uma taça de vinho ao dia não faz mal a ninguém, melhor ainda para as grávidas. Também deve conhecer alguma mãe que ingeriu bebidas alcoólicas na gravidez e teve bebês saudáveis. Quando se trata de álcool e gravidez, não faltam conselhos e histórias discrepantes, muitas vezes até entre os próprios médicos.

Por esse motivo, desenvolvemos o post de hoje para esclarecer de uma vez por todas os perigos que a ingestão de bebidas alcoólicas na gravidez representa para você e seu bebê. Continue conosco e conheça as informações verdadeiras sobre o tema!

Perigos da ingestão de bebidas alcoólicas na gravidez

Segundo levantamento publicado no The Lancet Global Health, devido à ingestão de bebidas alcoólicas na gravidez, anualmente, nascem cerca de 119 mil recém-nascidos com a chamada Síndrome Alcoólica Fetal(SAF).

Se o consumo de álcool for no primeiro trimestre, aumentam os riscos para malformações e alterações faciais no bebê, já que essa é a fase de formação de órgãos. Já em segundo trimestre, os riscos para lesões nos tecidos do sistema nervoso central são os elevados, comprometendo importantes características como a coordenação motora da criança.

Ainda que nem toda futura mãe que ingere álcool na gestação tenha um bebê com SAF, não há dose ou período gestacional que seja considerado seguro para a ingestão de álcool. Afinal, o consumo, mesmo que em pequenas quantidades, eleva o risco de o bebê nascer prematuro ou com tamanho menor que o esperado. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, estão associados ao consumo de bebidas alcoólicas na gravidez:

  • risco de parto prematuro;
  • malformações congênitas;
  • atraso no crescimento;
  • alterações em órgãos, sistemas e aparelhos;
  • desordem de comportamento;
  • risco para Síndrome de Morte Súbita.

Efeitos do álcool na gestante

Os efeitos do álcool na gestante são basicamente iguais aos que ocorrem em qualquer outra pessoa, ou seja, aumento da sensação de euforia, desinibição, falta de coordenação motora e sono.

O consumo de bebidas alcoólicas na gravidez ainda eleva os riscos de queda na gestante pelo estado de embriaguez, trazendo perigo de lesão à barriga e, consequentemente, ao seu bebê.

Danos celulares também podem ocorrer, pois, células de diversos órgãos do corpo são danificadas de acordo com o consumo do álcool, resultado da toxina que os metabólitos do álcool apresentam ao organismo humano.

Efeitos do álcool no bebê

Os metabólitos do álcool, responsáveis pela lesão em órgãos maternos, atravessam a barreira placentária causando também danos às células em formação do bebê, do primeiro ao último trimestre. Dessa forma, as bebidas alcoólicas na gravidez causam danos e geram também desordem do espectro alcoólico fetal.

Desordens do espectro alcoólico fetal

As desordens do espectro fetal englobam a encefalopatia alcoólica, desordens neurocomportamentais da exposição ao álcool e ainda a mais grave delas, Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que ocorrem em mulheres que fazem consumo elevado das bebidas alcoólicas na gravidez. Tal síndrome compreende em uma série de alterações graves no bebê, como:

  • déficit no sistema nervoso central;
  • perda de audição;
  • anomalias craniofaciais;
  • problemas no coração, rins e olhos;
  • baixo peso;
  • baixo crescimento durante infância;
  • dificuldades para aprendizagem;
  • dificuldades de socialização;
  • hiperatividade;
  • mau desempenho escolar;
  • atraso no desenvolvimento da fala;
  • déficit de atenção;
  • morte súbita.

Afinal, grávidas podem beber pequenas quantidades?

Algumas pesquisas realizadas até o momento mostram que o consumo leve de bebidas alcoólicas na gravidez, em dias alternados, pode ser feito em segurança, sugerindo que uma taça de vinho para comemorações entre a família, ou uma cerveja ocasionalmente entre os amigos não traria problemas para o bebê.

No entanto, por não serem consideradas pesquisas de alta qualidade, a grande maioria dos médicos descarta essa possibilidade, apoiando-se em pesquisas que mostram os grandes danos causados pela ingestão, seja ela em qualquer quantidade. A classe médica prefere pecar pelo excesso de cuidados, recomendando que a gestante abandone o hábito do consumo de álcool por toda gestação.

Você pôde conferir que, até que surjam fortes evidências contrárias, o consumo de bebidas alcoólicas na gravidez traz diversos perigos para mãe, bebê, e para o período de gestação. Siga a conduta sensata e evite completamente a ingestão de álcool durante a gravidez.

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